domingo, 24 de janeiro de 2010

O Twitter e a democratização da comunicação


A internet é uma mídia que nasceu para ser democrática, mas alguns tropeços pelo caminho têm feito com que passe a seguir a mesma lógica das outras mídias. Ainda que todos possam produzir conteúdo e publicá-lo gratuitamente – ao menos por enquanto – através de blogs, por exemplo, as grandes empresas de comunicação vêm tomando conta do espaço e da audiência.

O Twitter, pelo menos por enquanto, ainda foge a essa lógica. Há, é certo, a questão das celebridades, donas dos twitters, mais “seguidos”. Mas, no que se refere ao jornalismo praticado através dessa ferramenta, o espaço das grandes empresas ainda é limitado, ainda não esmaga as vozes contestadoras, alternativas, subversivas. As informações chegam, dessa forma, a um grande número de pessoas, e chegam com qualidade, mostrando sempre um lado que a grande imprensa não mostra.

A união que os donos dessas vozes alternativas parecem expressar no Twitter não acontece em outros meios. A facilidade de reproduzir conteúdo do outro, através dos “RT’s”, é um dos motivos dessa união, e essa união é talvez a principal força que essas vozes possuem ao twittar. Enquanto os grandes veículos possuem a necessidade (por sua própria lógica de competição selvagem) de ignorarem uns aos outros, os independentes mostram para si mesmos (ainda que muitos não tenham essa percepção de forma clara) que a superação das diferenças e a reprodução contínua de conteúdo contestador é a única forma de se fazer ouvir.

Com o Twitter, emerge a possibilidade de transmitir informações sem mediação e para um público sempre fiel, que sempre estará lá para ouvir. Perdem, as grandes empresas, a chance de censurar, de omitir, de desviar. Se omitirem informações, elas chegarão pelo Twitter. Se desviarem da verdade, a discussão será feita via Twitter. O crescimento desse espaço é fundamental, e quem deve empenhar-se em construí-lo são as vozes que defendem a democratização real da comunicação. O potencial dessa ferramenta é gigantesco, e não podemos deixar que ele seja melhor aproveitado pelos mesmos de sempre para os mesmos interesses de sempre.

Quem entender primeiro o Twitter em sua lógica maluca e instável vai definir se esse será um espaço democrático ou mais uma ferramenta a reproduzir o conteúdo, a ideologia e os interesses das grandes empresas de comunicação.

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